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terça-feira, 13 de maio de 2014

Os Círculos de Pedras







Não há como não relacionar os antigos monumentos de pedras aos clássicos druidas.
Ainda discute-se se os druidas foram os grandes responsáveis pelas construções dos megálitos encontrados nas regiões que posteriormente foram habitadas pelos celtas. Isto ocorre porque alguns acreditam que a classe dos druidas antecedeu aos chamados celtas, mas que se firmou do modo que conhecemos nestas sociedades - também atingindo seu auge entre estes povos.
Algo que ainda divide estudiosos e historiadores é se estes antigos sábios utilizaram, ou não, os monumentos circulares em cerimônias religiosas. Eu, particularmente não consigo conceber a ideia de que os druidas, principalmente os das Ilhas Britânicas, vissem tamanhos monumentos, com todo seu misticismo, e simplesmente os desprezassem como insignificantes pedras erguidas. Sábios, fisósofos, teólogos, astrólogos que eram, não poderiam simplesmente deixar de lado toda representatividade destes megálitos, quando se sabe que muitos deste locais serviram por tanto tempo como observatórios e calendários astronômicos.
Não somente para os celtas e seus ancestrais, mas boa parte dos povos antigos consideravam o círculo a forma perfeita da natureza. Toma-se como principal símbolo o Sol e a Lua, deidades antigas em seus formatos circulares, que representavam bem esta ideia. Também a maneira como estes seguiam suas rotas pelos céus.

A mudança das estações era vista de forma circular, assim como a vida em suas etapas - nascimento, morte e reencarnação. Sobre os círculos de pedras - também conhecidos como cromeleques - tomo a liberdade de reescrever as palavras de Philip Carr-Gomm, um dos líderes da O.B.O.D (Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas) que se encontram no livro "Os Mistérios dos Druidas" :


"A geomancia é conhecida em todo o mundo, podendo ser definida como a arte e ciência que determina a disposição correta de templos, círculos sagrados, sepulturas e monumentos em relação às forças do céu e da terra. Trata-se de um conhecimento da sacralidade da terra e um dos seus pressupostos de base é o de que esta transporta correntes de energia vital que fluem em linhas, da mesma forma que no nosso corpo também correm veios de energia sutil, conhecida pelos acupunturistas pelo nome de "chi".
Por todo território associado aos antigos druidas, podemos encontrar círculos de pedras em pontos significativos ao longo daquelas artérias do "Espírito da Terra"... Os radiestesistas sempre afirmam que os locais onde podemos encontrar aqueles monumentos emitem fortes radiações, sendo muitas vezes o ponto de cruzamento de correntes de águas subterrâneas... Por volta de 1990, já tinham sido analisados mais de vinte círculos de pedras com recursos a manômetros e outros instrumentos, tendo-se descoberto que, sem exceção, todos eles se encontravam em terrenos que apresentavam índices anômalos de energias naturais quando comparados com os terrenos circundantes. Descobriu-se, além disto, que todos eles ficavam por cima, ou muito próximo de falhas geológicas, o que resulta numa intensificação dos campos magnéticos da terra nestes locais... Encontrando índices significativos de concentração de ultras-sons em vários locais onde existiam pedras erguidas. Estes sinais eram mais fortes pela madrugada, mas tornavam-se ainda mais poderosos na altura dos equinócios de primavera e outono.
Os homens e mulheres que construiram e trabalharam nestes círculos eram claramente pessoas notáveis, que não só conseguiram os feitos de engenharia necessários para a sua construção como os aplicaram respeitando os limites impostos por uma geometria sofisticada e pela ciência da medição, as quais conjugaram com a sua compreensão dos campos de energia (para determinarem a localização de cada círculo) e da astronomia (para determinarem a localização exata de cada pedra."



Druid Menhir

Compreende-se assim que os locais onde foram erguidas as antigas pedras dispostas em forma circular não eram eleitos ao acaso, mas estavam de acordo com a energia que emanava do local. Os métodos utilizados pelos que construiram tais círculos ainda é um mistério, já que certos recursos e equipamentos de medição não estavam disponíveis há milênios atrás. Isto sem contar com a forma ainda intrigante com que os blocos eram movidos.
Sabe-se também que as pedras eram selecionadas de forma muito cuidadosa, sendo muitas vezes extraídas de pedreiras distantes e transportadas por quilômetros - como Stonehenge, cuja as pedras são provenientes do País de Gales.
Alguns acreditam que muitas destes blocos eram escolhidos por possuírem energias peculiares. Por este motivo, não utilizavam certos exemplares de rochas disponíveis em pedreiras mais próximas.
Sem dúvidas, os esforços dispensados nas construções de tais monumentos, a escolha do local e a forma com que as pedras eram dispostas, faziam do lugar um espaço sagrado.
As formas circulares, espiraladas e em elipse, eram as preferidas pelos antigos celtas. Isto pode ser notado claramente através das figuras e desenhos esculpidos em pedras e menires.
É provável que os druidas acreditassem mesmo que a energia vital fluía de modo circular. Contudo, não há como saber se foram coparticipantes destas construções, ou aprenderam com os descendentes daqueles e os construiram.

As danças ritualísticas eram circulares, reuniões e celebrações eram normalmente organizadas em círculos. Sendo assim, a energia do local e dos participantes podia interagir e correr de modo mais fluente.
Certamente o círculo é a forma que representa a força em movimento e a vida em seu fluxo. Não é de se estranhar que ainda seja considerado por muitos, uma forma geométrica sagrada.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Memórias de um Druida


Capitulo 22

Mistura preparada. Tensão. Owen fez sinal para que Toryg se preparasse. Guardou todas as coisas e estava pronto para correr. Karion segurava a mistura com as mãos fechadas e se aproximava da fenda. Precisava ter muito cuidado para não matar a todos. A besta continuava sua luta contra as asas do dragão. A tensão tomava conta do ambiente. Karion fez sinal para Owen de que estava pronto. Owen terminava de guardar as coisas em sua bolsa. Estavam prontos. Bastava um sinal de Owen e não teria mais volta. Olhou para Toryg e deu o sinal para o dragão.

O que aconteceu em seguida foi em segundos, quase impossível de perceber tudo, mas tentarei descrever o ocorrido.

...

Ao sinal de Owen, Toryg levantou-se e com um golpe arremessou Fíochmhar aos céus. Owen correu, afastando-se do local em que estavam. Karion lançou a mistura, que estava em suas mãos dentro da fenda, ao mesmo tempo em que tentava correr para longe da fenda. Ao cair na fenda e entrar em contato com o gás carbônico, produziu-se uma enorme explosão, a qual pode ser ouvida a milhares de metros do local. Além do som pode-se ver a enorme bola de fogo que subiu atingindo a besta que fora arremessada aos céus. A explosão produziu um deslocamento de ar tão forte que arremessou Owen e Karion para longe, e abriu uma clareira em meio o emaranhado de arvores. Tudo isso em menos de dois segundos.

...

Owen e Karion estavam atordoados, caídos no chão, a onda de ar foi maior do que esperavam, o som da explosão havia causado uma surdez temporária nos dois, além de serem afetados pela claridade da bola de fogo produzida. Aos poucos foram recuperando a audição e a visão. Conforme os sentidos voltavam puderam perceber o quão longe foram lançados do local em que estavam.

No local da explosão havia o corpo da besta, ainda em chamas. Algumas arvores também queimavam. A onda de ar havia produzido uma clareira, onde, ao centro, encontrava-se a besta. Os dois estavam aproximando-se do corpo em chamas.

- Agora sim tornou-se lenda. – disse Owen.

- Espero que este seja mesmo o único. Pode ser que não tenhamos a mesma sorte duas vezes. – disse Karion.

- Onde esta Toryg? – perguntou Owen olhando ao redor assustado.

- Ele não estava conosco? – perguntou Karion – Não vi ele depois da explosão. Foi tudo tão rápido que ainda não acredito que estamos vivos.

- Me lembro ter visto ele indo para o lado contrario ao que corremos. Não consigo senti-lo por perto.

Os dois começaram a procurar em volta da clareira. Estavam aproveitando a claridade que o fogo produzia para tentar encontrar o dragão. O que mais estava preocupando Owen é que ele não conseguia sentir a presença de Toryg em lugar nenhum. Karion notou a preocupação do garoto e também estava preocupado com o desaparecimento de Toryg.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Memórias de um Druida


Capitulo 21

Toryg estava se mantendo firme sobre o ataque de Fíochmhar, que parecia não querer desistir de penetrar as asas do dragão. O dragão, por sua vez, demonstrava alguns sinais de cansaço. Fíochmhar era de uma força incrível até mesmo para um dragão suportar por muito tempo.

-Toryg não irá aguentar por muito tempo! – disse Karion – Temos que pensar em alguma coisa ou você perderá seu dragão.

-Mas o que vamos fazer? – pediu Owen.

- Temos que pensar em um jeito de sairmos e não sermos atacados pela besta.

Os dois estavam pensando e tentando se concentrar, tarefa nada fácil quando se esta prestes a ser devorado por uma besta do porte de Fíochmhar. Foi quando Karion teve uma ideia.

- Temos que chamar a atenção da besta para outro lugar! – disse o centauro – a minha ideia é a seguinte. Você trouxe pó de flor da morte?

- Sim – disse Owen – mas não entendo como isso vai nos ajudar.

- Sei uma receita que precisa somente de pó de flor da morte e agua. Misturados na proporção certa teremos algo capaz de derrubar qualquer ser vivo, e isto inclui Fíochmhar.

- E você sabe as quantidades exatas? – Perguntou Owen.

- Sei. Preciso que você faça o seguinte. Me de o pó e fale para que Toryg fique pronto para lançar a besta o mais alto possível. O estouro vai ser grande!

Owen pediu que Toryg impulsionasse a besta o mais alto possível e que se afastasse, como o centauro havia pedido. Karion estava preparando a mistura em sua mão.

...

Pó de flor da morte. É obtido da secagem da flor negra conhecida como flor da morte, pois a mesma nasce sobre coisas mortas, tais como animais e plantas. O pó em si tem diversas propriedades. É utilizado para combater a dor, como sonífero e para produzir uma bebida, chamada vinho da morte, sendo que o mesmo causa óbito se ingerido na quantidade certa. O que poucos sabiam é que além destas propriedades o pó de flor da morte, quando misturado com agua na quantidade certa, era capaz de causar uma enorme explosão simplesmente soprando a mistura. O que causava a explosão era a alta concentração de gás carbônico que era exalado no sopro.

...

Karion havia tido esta ideia depois que observou uma fenda no chão, a qual exalava fumaça proveniente de alguma reserva de magma sob o solo. E esta fumaça era basicamente gás carbônico, o que causaria uma enorme explosão, portanto eles deveriam ser rápidos, pois poderiam ter sérios ferimentos. Mas era um risco que teriam que correr. Afinal era a duvida de talvez se machucarem ou a certeza de serem devorados pela besta.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Memórias de um Druida

Antes de começar o proximo capitulo peço desculpas aos meus leitores por ter deixado vocês esperanto tanto tempo. Acredito que agora as coisas irão fluir melhor e com mais frequencia. Segue proximo Capitulo.
 
Capitulo 20
Escuridão, frio, uma nevoa densa que dificultava ainda mais a visão. Sons estranhos, grunhidos, gritos capazes de fazer a espinha de qualquer um congelar. Definitivamente o pior lugar do mundo.
- Temos que permanecer juntos! – gritou Karion.
Toryg rapidamente esticou a asa na frente de Owen e Karion, bem a tempo de evitar que algo atingisse os dois.
- O foi isso? – perguntou Owen.
- O que foi não. O que é isso. – disse Karion – e pelo que pude notar parece ser algo que ninguém que encontrar.
Seja o que fosse que havia atingido a asa de Toryg, continuava lá, e parecia estar furioso pelo som que emitia. Não conseguiam distinguir o som, mas definitivamente estava furioso. Podiam perceber que a ‘coisa’ estava tentando rasgar a asa de Toryg, e devido à força que o dragão estava fazendo, era algo bem grande. Toryg fechou a outra asa e abaixou a cabeça entre elas, formando uma espécie de cúpula, mantendo Karion e Owen a salvo.
- Temos que fazer alguma coisa! Não podemos ficar aqui esperando que esta ‘coisa’ nos mate. – disse Owen.
- Temos que pensar bem. Não sabemos o que é esta coisa, mas tenho meus palpites. Os centauros têm lendas sobre este lugar, e sobre o que vive neste lugar, e uma delas é sobre uma besta gigante, que surgiu de uma mutação, e se tornou um ser altamente destrutivo. Os anciãos a chamam de Fíochmhar, o Destruidor. E pelo que parece não é só uma lenda.
...
Fíochmhar, o Destruidor, é uma besta que lembra, em partes, o animal que deu origem a ele, o Grande Gato Dente de Navalha, que era muito parecido com o tigre dente de sabre, mas com dimensões bem maiores. Fíochmhar sofreu mutações devido às mudanças do habitat. Sua pele perdeu todo o pelo, e deu lugar a uma espessa carapaça, uma casca que revestia toda sua pele, o que o tornava quase que imortal. Seu corpo havia crescido desproporcionalmente, o que o tornou uma criatura com uma cabeça e membros dianteiros enormes e muito poderosos. Suas presas tinham o tamanho de um jovem de seis anos. Seus dentes sempre estavam à mostra, seus olhos eram brilhantes, para que pudesse ver sua presa no escuro. Suas patas eram enormes. Era quase do mesmo tamanho que um dragão adulto, mas muito mais assustador. Sobre as costas havia placas, que formavam pontas extremamente afiadas. Tinha fome o tempo todo, e era capaz de comer qualquer coisa. Nada era capaz de acalma-lo, e até agora nem de mata-lo. Mas tinha uma coisa de bom em tudo isso, só existia um Fíochmhar.
...
Owen, que já estava bastante assustado, agora parecia aterrorizado. Já havia ouvido as historias sobre Fíochmhar, mas sempre pensou se tratar de uma lenda. Algo inventado pelos anciões para assustar as crianças. Jamais havia pensado que tal ser poderia existir de verdade. Mas existia. E o pior estava atacando eles.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Banshee



Na Irlanda se acredita que aqueles que possuem o dom da música e do canto, são protegidos pelos espíritos da vida ou da morte.

O Espírito da Vida, profético, cujas pessoas são chamadas “fey” e têm o dom da Visão; o outro, o Espírito da Maldição que revela os segredos da má sorte e da morte, e para essa trágica mensageira o nome é Banshee.

As Banshee provêm da família das fadas, e é a forma mais obscura delas. Quando alguém avistava uma Banshee sabia logo que seu fim estava próximo. Os dias restantes de sua vida podiam ser contados pelos gritos da Banshee, cada grito era um dia de vida e, se apenas um grito fosse ouvido, naquela mesma noite estaria morto.

Tradicionalmente, quando uma pessoa de uma aldeia irlandesa morria, uma mulher era designada para chorar no funeral. Nós usamos a palavra carpideira. Mas, as banshees só podiam lamentar para as cinco maiores famílias irlandesas: os O’Neills, os O’Briens, os O’Connors, os O’Gradys e os Klatte’s no caso, uma fada era responsável por cada família. Seria o choro da mulher-fada. Essas mulheres-fadas apareceriam sempre após a morte para chorar no funeral. Conta a lenda que quando um membro de uma dessas famílias morria longe de sua terra, o som da banshee gemendo seria o primeiro aviso da morte.

Também se diz que essas mulheres, seriam fantasmas, talvez o espírito feminino assassinado ou que morreu ao nascer.

Sejam quais forem suas origens, as banshees aparecem principalmente sob um dos três disfarces: uma jovem, uma mulher ou uma pessoa esfarrapada. Isso representa o aspecto tríplice da deusa Celta da guerra e da morte, chamada Badhbh, Macha e Mor-Rioghain. Ela normalmente usa uma capa com capuz cinza, ou uma roupa esvoaçante ou uma mortalha. Mas também pode surgir como uma lavadeira, e é vista lavando roupas sujas de sangue daqueles que irão morrer. Nesse disfarce ela é conhecida como bean-nighe (a lavadeira). Segundo a mitologia celta, também pode aparecer em forma de uma jovem e bela mulher, ou mesmo de uma velha repugnante. Qualquer que seja a forma, porém, sua face é sempre muito pálida como a morte, e seus cabelos por vezes são negros como a noite ou ruivos como o sol.

O gemido da Banshee é um som especialmente triste que parece o som melancólico do uivo do vento e tem o tom da voz humana além de ser ouvido a grande distância. Embora nem sempre seja vista, seu gemido é ouvido, usualmente a noite quando alguém está prestes a morrer. Em 1437, se aproximou do rei James I da Escócia, uma vidente ou banshee que profetizou o assassinato do rei por instigação do Conde de Atholl. Esse é um exemplo de banshee em forma humana.

Existem muitos registros de diversas banshees que atendiam às grandes casas da Irlanda e às cortes dos reis locais. Em algumas partes de Leinster, se referem a elas como bean chaointe (carpideira) cujo lamento podia ser tão agudo que quebrava os vidros.



As banshees pertence exclusivamente ao povo Celta. Ela jamais será ouvida a anunciar a morte de qualquer membro de outras etnias que compõem a população irlandesa. E também pode aparecer de várias outras formas, como um corvo, um arminho, uma lebre ou uma doninha – animais associados, na Irlanda à bruxaria.



sexta-feira, 25 de abril de 2014

Rei Carvalho (Oak) e Rei Azevinho (Holly)



Na mitologia celta, o Rei Carvalho e o Rei Azevinho são rivais. Todos os anos eles lutam pelo domínio da floresta. A chegada do inverno, marca a vitória do Rei Azevinho e, no verão, vence o Rei Carvalho. Assim os celtas explicavam as mudanças das estações.
O carvalho é caducifólia, ou seja, suas folhas caem durante o inverno e ele entra em estado "dormente". Já os azevinhos permanecem sempre verdes e são uma das poucas espécies que mantêm sua folhagem mesmo nos meses mais frios.

No inverno do hemisfério norte, os grandes e majestosos carvalhos, ao perderem suas folhas, deixam com que os azevinhos, arbustos menores e escondidos entre grandes árvores, se destaquem na paisagem branca e árida da neve.
O solstício de inverno, marca a vitória, aparente, do Rei Azevinho sobre seu rival o deixando nú (sem folhas). Mas o Rei carvalho não morre e logo após o solstício já começa a recuperar suas forças.
Quando o sol começa a derreter a neve, o Rei Carvalho volta a se coroar, ofusca o Rei Azevinho e o esconde. Domina sobre a floresta e estende sua folhagem frondosa, manisfestando sua vitória.
Porém, o Rei Azevinho, sem descanso, continua sua luta para sair do esconderijo até conseguir reinar novamente.
 

 

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Nefilins



Nefilim, do hebraico que significa “aqueles que cairam do ceu”. Deriva da forma causativa do verbo na·fál ou nefal (fazer cair; cortar), conforme encontrado, por exemplo, na Bíblia em 2 Reis 3:19; 19:7. Traz uma idéia de dividido, falho, queda, perdido, mentiroso. Literalmente “os que fazem os outros cair”. No Dicionário de Strong são chamados de “tiranos”. Em Aramaico Nephila designa a constelação de Orion, que entre os hebreus era o anjo Shemhazai (Semyaza, Samyaza, Semyaze)– conforme relatado no Livro de Enoch.


Na Bíblia esta palavra refere-se aos heróis da antigüidade, que eram homens perversos que viveram na mesma época do relacionamento entre os “Filhos de Deus” e as “filhas dos Homens”. É por isso que foram por muitas vezes considerados como sendo o resultado dessas relações, mas as Escrituras apenas dizem que eles habitavam a terra na mesma época. A maior testemunha disso é Flávio Josefo, que faz uma distinção entre os gigantes e o fruto das relações entre os “Filhos de Deus” e as “filhas dos homens”, quando afirma em sua obra: “… e os grandes da terra, que se haviam casado com as filhas dos descendentes de Caim, produziram uma raça indolente que, pela confiança que depositavam na própria força, se vangloriava de calcar aos pés a justica e imitava os gigantes de que falam os gregos.” (Antiguidades Judaicas).


Aparecem pela primeira vez em Génesis 6 traduzido como Gigantes, na maioria das versões bíblicas.


Foi traduzido para o grego como grigori e para o latim como Gigantes como se pode verificar na Vulgata.


Os Nefilins são chamados filhos dos “filhos de Deus”. Na tradução Almeida (ALA),”filhos de Deus” se refere aos descendentes de Sete, como podemos ver em Deuteronômio 14,1 e Oséias 1,10. Nessa mesma tradução o hebraico nefilím é vertido por “gigantes”. Os Nefilins são descritos como “os poderosos [em hebr. hag gibborím] da Antiguidade” e os “homens de fama [ou "heróis"]“. Segundo o relato de Gênesis 6,2, os filhos de Deus [ou descendentes de Sete] tiveram filhos com as filhas dos homens [ou descendentes de Caim]. Esse acontecimento era completamente contrário ao Propósito Divino.


Diz a narrativa que Deus teria decretado um dilúvio, após a ocorrência do mesmo toda aquela sociedade humana seria destruída e o homem passaria a viver, no máximo, um período de 120 anos. Naquele momento, Deus se “arrependeu de ter criado a humanidade”, somente Noé e sua família, tinha aprovação de Deus. (6:3,5-11) O relato termina com dilúvio bíblico a eliminar toda aquela sociedade humana juntamente com os Nefilins, os filhos dos filhos de Deus. Por fim, recomeça uma nova humanidade e Deus renova o Seu Propósito para com a humanidade. (1:28-30; 9:1-17) Segundo a tradição judaico-cristã, os genitores dos Nefilins terão desmaterializado-se, tornando-se novamente seres espirituais. São identificados ao longo da Bíblia “anjos decaídos”, “espíritos impuros” ou “demônios”, os quais diferem dos nephilins por referirem-se aos chamados vigilantes, uma espécie inferior de ‘anjos’ (segundo o Livro de Enoch), sendo tais os anjos que copularam com as filhas dos homens e engendraram esta raça híbrida.